Seguidores

terça-feira, 28 de abril de 2009


Hoje pude ver minha duas novas crias...
meus dois livros novos de literatura infantil.
O MENINO E O TEMPO EDITADO=PELA SEDUC(PAIC)
SR.MIGUELITO E SUA MALA DE BONECOS =EDIÇOES CASA DO CONTO

sábado, 25 de abril de 2009



Na minha aldeia tem um rio que se chama Pacoti. Ele me chama, com seu corpo de águas, a gerar os frutos do mar.A ser útero que tece a vida para nutrir os filhos da terra com seus peixes,ostras,caranguejos,siris...Brotados do seu mangue.
O rio me ensina a compaixão pelos homens,para os quais, mesmo maculando o seu viver ele continua a doar o que ainda lhe ocorre de dádivas;até a exaustão do seu poder de fazer-se alimento e hóstia para saciar-lhes a fome,(as fomes...) já que ele também alimenta a alma com sua beleza , mistério e encanto de um ser urdido da trama das águas e das algas, a aliviar a secura do mundo;a aliviar a sede do meu ser que busca mistérios para construir sua trajetória no caminho das artes, a cumprir um chamado, em mim tão profundo e amplo, como o rio na terra faz sua morada.

Diante do rio tenho um sentir, que o recebe em mim e me faz reconhecer um vínculo que existe entre nós :dois seres cósmicos que se buscam, se conectam e se nutrem... E estamos energeticamente unidos desde sempre e para sempre.(Somos filhos do mesmo plasma) .O que disso capto, com minha sensitividade, não pode ficar silencioso em mim;mesmo que em silêncio,tenha sido gerado.Deve nascer para o mundo e a ele ser revelado,pois lhe pertence;como ao rio ,os peixes ,o mangue ...A vida.

Em uma tarde a contemplar o rio,refleti.(Senti):Qual seria a minha função enquanto artista diante de toda essa complexidade cósmica?...
Diante de toda essa grandeza ,sentido algum teria o artista existir apenas para criar arte do substrato do seu próprio umbigo,desvinculado do todo, e sem compromisso algum com a evolução do planeta ,uma arte medíocre aliciadora de vaidades rasteiras, que não atinge níveis mais amplos da teia cósmica da qual fazemos parte.

Seria o artista um filósofo da vida?Pensei. Não só, concluí .O artista vai além disso; pois pensa, repensa,pressente,sente ,ressente, recria,transfigura o mundo e os seres, com a sua criação artística.Ele é antena que capta o sentir do mundo e o codifica ,como assim o fazem os médiuns, em sua vocação de sondar ,escutar os espíritos dos homens desencarnados; sendo para eles um canal de comunicação.O artista sonda ,perscruta não só o espírito dos homens desencarnados ou não,mas sim o de todos os seres do mundo,dos mundos:ele perscruta o espírito e a carne do rio,do mangue,dos peixes,das ostras,o espírito e a carne da terra (hoje em tempos apocalípticos) ,a sentir dores de parto para parir-se renovada.

Nós, artistas, devemos nos abrir para que seja revelada em nós a verdadeira e real função norteadora da nossa vocação de xamãs,magos,bruxos ,alquimistas catalizadores dos mundos...Pois é isso que somos . Por isso, devemos lapidar nossos corpos (instrumentos-canais) para captarmos o substrato plasmador da arte . E ,desta forma ,ampliar nosso alcance,para podermos sair de nosso restrito mundinho egoíco, e alcançarmos dimensões mais amplas, capazes de nos fazer comungar com o todo, e perscrutar não só o corpo,nem só o espírito ,mas corpo e espírito fundidos.Atingindo, desta forma, energias cada vez mais elevadas ,portentosas e cósmicas ,capazes de trazer à terra a música dos anjos,o léxico dos deuses e espalhar, aqui ,a boa nova,que nos venha esclarecer que somos todos um só corpo e um só espírito.

Corpo-Espírito que ora se transforma,transmutando feridas-dores, para assim alcançar a cura e se transportar para um novo tempo,onde o Rio não seja mais maculado pelos homens ,mas sim respeitado, como um ser cósmico que equilibra ,alimenta e salva todo o planeta e,por isso, não deve ser atingido por nada que viole a integridade de sua vida;onde a vida de um filhote de gatinho pé-duro e a de um filhote de homem pobre não seja menos respeitada, cuidada e protegida do que a vida de um filhote de homem rico.
Um novo tempo onde já seja Realidade a boa-nova de uma Terra onde não haverá mais ricos nem pobres ,pois a energia da abundância já será manipulada por todos... A boa-nova, que (nos) diz que temos o direito de sermos alegres e felizes, e que a alegria de cada ser, somada uma a uma gera a alegria do mundo e irradia a grandeza do divino que em nós habita e pulsa...A boa-nova que nos venha libertar de limitações e culpas impostas por crenças erradas em um deus cruel que nos castiga,quando cada um de nós é co-criador com Ele e criamos cada realidade do que somos e de tudo que nos rodeia. Assim sendo, temos o poder de criar toda a boa ou má ventura ,que escolhemos . Esta escolha está em nossas mãos...

MEU FAZER POÉTICO


“Certo dia um menino encontrou na floresta um pássaro de um lindo canto e o levou para casa.,chegando lá pediu ao seu pai para alimentá-lo.o pai por sua vez diz que não vai alimentar um pássaro tão simples, e o mata.
Com o passaro ele matou a música (poesia) e com a morte da poesia ele matou a si mesmo,para sempre.”(LENDA PIGMÉIA).A poesia é uma experiência religiosa,que me religa ao sagrado,ao divino,ao mistério que em tudo há e nos faz unos em um só Corpo e um só Espírito.
Mergulhar nas águas desse mistério e trazê-lo codificado para o mundo, esse é o oficio do nosso fazer poético ,pois nós, poetas ,somos os médiuns que fazemos essa virtuosa mediação, para assim manter viva a poesia do pássaro, com sua música que nos enternece a alma; nos anima e nina a vida para que ela não se vá e permaneça pulsando em cada pequeno corpo,pétala,ser...pois ela é o Sopro...dessa vida com seus encantamentos que a fazem mágica e feliz, capaz de transformar o mundo. Vida portentosa, que triunfa a cada instante, repleto de sabores, Vida na sua integridade,intensidade e plenitude.

“As coisas tem seu mistério e a poesia é o forte mistério de todas as coisas.”(GARCIA LORCA),A poesia é o substrato do Mistério, ela traduz o indizível,o invisível e para alcançá-la é necessário um aprender a escutar os Resíduos daquilo que só se pode tocar com o coração... Por isso, é necessário sair do tão-comum lugar quadrado,racional, que nos sempre é imposto e entrar no inusitado círculo do fluxo do Mistério que nos é proposto pela POESIA e dançar ciranda,entregar-se a esse bailar onde a alma pode se comunicar e assim alcançar o que está além das formas palpáveis e que nos une a tudo através dessa invisível teia poética.

Para alcançar a poesia é preciso “ir além da margem do rio” mergulhar em suas águas caudalosas e sentir na boca e nos poros seu sabor; provando assim de um sentir miraculoso que está próximo e ao nosso alcance a todo instante: “O Reino de Deus está próximo” e só necessita da devida entrega para que possamos tocar e desvendar esse Reino de múltiplas moradas,escolher dentre elas um abrigo que nos aqueça e proteja, a cada vez que adentramos os seus portais.

”Quem tem ouvidos pra ouvir que ouça”.essa é a grande exigência: aprender a ouvir e escutar o Mistério,tornar-se íntimo dele,acarinhar seu corpo e, com ele comungar da essência milagrosa e promissora que nos dá Vida.

Quando escrevo, sou instrumento desse milagre, que através de mim, revela o irrevelável,diz o indizível e me faz servir ao invisível tornando-o visível por meio de imagens reveladoras de inúmeras belezas, só possíveis de virem à tona por meio da Poesia, que nos faz transcender,ir além,nos faz livres pra tocar a eternidade de cada instante,e, que por meio dela nos religamos a Totalidade Cósmica.

FABIANA GUIMARÂES ROCHA

A FUNÇÃO DO POETA




O Poeta funde em si as cordilheiras do mundo,
Nelas navega a certeza de possuir a divindade dos anjos,
O dilema dos profanos,o naufrágio dos humanos,
Em ócios e cicatrizes,em desejos e matizes da carne transfigurada,
O poeta invade o mundo dos mistérios indizíveis,
Mergulhando cada chama,achada acesa,aveludada.
Curvada e arrefecida,molhada ,invalidada...
E constrói planícies aladas,
em madrugadas molhadas pelo orvalho da incerteza.
Põe a mesa dos infantes,serve a ceia pros errantes
Tece a messe em sutilezas que disposta sobre noite
Nasce em flor a dinastia do amor
Para assim ser cor e liberdade,
dor e suavidade,
diácona,
descomunalmente divina..

Quatro estilhaços e meio começando com 'um escritor'

Ruy Vasconcelos

um escritor que começa obcecado com o fato de seu texto ser ou não "decodificado" pelos leitores está mais interessado no impacto que o texto terá sobre os leitores do que no texto em si [ou seja, do que em revelar uma realidade, um desvio, um segredo, contar uma história, glosar um acontecido...]
um escritor quando escreve, não escreve para leitores [quem pensa em público, pensa em grupo; pensa em massa; pensa em múltiplo; pensa em bando; pensa em Maria, e em vai, e em com as outras. E quem pensa em número, pensa em numerário. Quem pensa em público já está censurado antes mesmo de digitar a primeira letra. Paraos pensar nos leitores há os políticos, os corretos, os marqueteiros, assessores de imprensa, os publicitários, os maus jornalistas, os que nunca gaguejam, os que escrevem e apresentam telejornais, os psicanalistas, os líderes sindicais, os ditadores]
um escritor não pensa em códigos, decifrações, seu reino passa longe de semiologias, seu exílio faz parte de intuição, de verdade
um escritor não pode escrever pensando em fazer amigos, inimigos [ainda que o que ele escreva fatalmente resulte nisso]
um escritor não escolhe sobre o que escreve [como num sonho, é ele "o escolhido". Relendo depois, poderá sempre se justificar. Urdir causalidades. Traçar paralelos. Recolher cacos de passadas leituras. Rever-se. Acrescentar-se. Mas se essas justificações, causas, revisões, acréscimos acabam ganhando maior dimensão que seu próprio escrito, é porque este foi sempre menor. Quer dizer, foi sempre mais para bois e sonos. Não foi grafado com a força de sua intuição e de suas tripas, com o semi-automatismo da mão que segue, a mercê de um pensamento longe, em errância, divagação, desvio, viagem, vagabundagem, transumância, flanagem, exílio, migração. O automatismo da mão. A mão que segue quase sempre para onde nós não a mandamos]
um escritor escreve [e às vezes bem que sonha em, nas férias, seguir de moto até São Luís do Maranhão]
Fonte: http://afetivagem.blogspot.com/2009/04/cinco-sois-em-uma-hora.html

quinta-feira, 23 de abril de 2009


DE PÁSSARO E TOPÁZIO

Um dia, era madrugada em mim,
Com orvalho e congruência;
Reminiscências
De casa aberta ,em festa e perfume...
Duvidei do que antes me acudia
Em teu corpo;
com rios avolumados
Com lagos e correntezas;
Espécies raras de suores vertidos
Em líquido encanto.
O que em mim se urdia ,
No secreto da palavra
Eram largos volumes de sopros,
Que, untados no horto
De um sentir por- vir,
Virginavam a eternidade...
Assim em idade tenra,
Construí meus dias
Como a tecer em palha
A malha do meu tempo,
Trépido,templário.
No hálito de mim;
Meus topázios e orquídeas
Se abriam venturados
Em glória e sopro.
Assim urdi milagres em mim
Urgi miragens-em mim...
Até me ser plena;
E serena,
me ter em compostura divina.
Postado por Fabiana Guimarães à

POEMAS DO MAR VIOLETA


ESCOLHA

Meus olhos eriçam
e nisso contém.
Como no pão a massa,
a taça cheia escorre;
o que cai comove,
dos meus;os teus reage.
A tez,às seis da tarde:
eis a hora exata em que se dilata a vida.
O que esguio era,
suplanta em terra as messes da criação.
E meu corpo: é chão,é ninho;
do vinho à copa das flores,
floresta de odores,
envios de amores,em fios se esvai.
como antes fora o medo,
enovelado nos dedos,
o que me vem são segredos;
e me levam,e me levam...
aonde chegar existo´...
registro no coração as palavras,
nas mãos achadas;
ara no vento,
o sal;em sumo entoa a proa
após-mar...

EXORTAÇÂO DE ISAÍAS

És um aro que me liga,
anel de crismas e unge.
Ah! Como surgem em meu ventre,
de ti as vertentes d' águas!
Nas auroras floridas
tua fala cala e danças.
O que espanta é na boca a alegria cheia
e...teias em cima das línguas
e...ceias em cima das mesas.
És por si a beleza...
a delicadeza d'alma...
que me acalma,com os sopros do amor.
Decifro,por vezes,em versos teu corpo.
Como sopro,que por bem fala
a língua ferina te lambe as marés.
Em luas proas avisto:
"És precioso aos meus olhos,
porque te aprecio e te amo,
permuto reinos por ti."

terça-feira, 21 de abril de 2009

MANDALA

Trago em mim, a tradição
De traçar a vida com limpas mãos.
Tecendo com elas os dias
Em fios claros e justos.
Juntando as vias que levam e trazem
Em trançados veios, o destino;
Para desaguar em marés cheias
De esperança e graças.
Trago a vida tingida
Na tradição do encanto,
Que sopra acalanto
Em mansos mantos
Sobre vendavais
E semeiam no mundo
A fantasia ,mestra- guia do viver.
Trago em mim,
Traçada
Tradição de ritos
Que fazem florescer os mitos
E dão à vida o gosto de alegria ter

SILÊNCIOS

SILÊNCIOS

Silêncios :

Lenços de cios brancos,

Vindo às claras

Em nítido sol.

Sobre as garças

Nas margens do rio,

A vicejarem

A eternidade

No candor da vida.

EZEQUIEL


Vi os olhos do menino,
Eles tinham tanto olhar,
Que, já de longe eram cheios:
Cheios de brisa e de mar...
De encanto e de luar...
Cheios de menino ser ,
E navegar no viver
Com o cheio desse olhar.

Vi o menino nos olhos
Dentro do seu negro olhar
Cheio de brilho e doçura
Que a mim veio chamar.

Chama , menino, em mim
O gosto por velejar
Entre os mares do infinito
Que a vida faz chegar.




ESPERA


I

O homem era do mar
E trazia algas,
Em seus olhos de embarcação.
Me veio cedo da vida,
Quando ainda desfiava
Dos lençóis os fios
De virgens cambraias
E os estendia nos varais
Das alvoradas
Sobre finas magnólias de seda.
Era de azul lunar
O lugar do encanto,
Que de encontro nos fez chegar
Um no outro,
Como onda a se deixar na areia
Naufragada nos grãos.
Ele amava o mar
Como eu,amava a terra,
E ao cheirar minha flor
De cristais enluarados,
Partiu enlumecido sobre as águas ,
Até seu porto de partida
Onde um cais sempre o esperava ,
Pois que de mar em mar
Beberia oceanos ...
Até que voltasse em mim,
Sua presença marinha
De peixe com escama e corpo,
E eu,já a exalar odores
De floral carmim
Bebesse em minha boca
Sua maresia
Para naufragar em mim,
Sua morada de líquidos efêmeros;
Quase néctares ...
E depois partir
Para em longo mar
Ficar eternamente...
E chegar em terras
Que meu corpo nunca mais
Pudesse achar .




II

Aprendi as esperas do mar,
Desde que comecei a navegar
Os olhos e as algas
Do homem de azul marinho.
Aprendi ,que entre as estações
Tem os ciclos de conhecer
A espera com seus cios de esperança.
Aprendi que o tempo virá
A tempo ,de templo ser de cada coisa
Construída entre as mãos da vida.
E que virá o veio do rio,
Na voz do amado
Cantando o amor,
Que virá a querência entre os dedos
Nas tardes de colher
Os frutos nos cajueiros,
Que virá o vicejar dos corpos
Entre os mantos do roçado
A flutuarem nos pendões do milharal
Acordado pela neblina...
Aprendi silêncios ...
Aprendi silêncios...
Vagos,cheios...e lentos...
Entre o cheiro do café
A espargir no vento da casa
Seu cheirar de vida
Na divina existência das coisas confabuladas.
Aprendi o mistério que corpo tem
Para fiar o amor nos seus pistilos
E as gentilezas da carne
Quando se doa
E hóstia se faz de corpo e desejos...
Aprendi o meio
Que é miolo e centro
E que gera a vida.
Construída nos novelos
Entre as velas dos veleiros
A irem-se no mar...