Fabiana Guimaraes Rocha é o novo endereço da poesia no Ceará. Ela não é apenas uma promessa literária que se desenha num futuro próximo ou distante. Ela é, já agora, uma das vozes mais belas e límpidas da poesia brasileira dos nossos dias. Uma voz que celebra as múltiplas dimensões da vida e do amor. Uma voz que acalma os ventos e as tempestades da conturbada hora presente. Uma voz que acena para os seus semelhantes com novas expectativas de esperança, de beleza e de paz. FRANCISCO CARVALHO
sexta-feira, 30 de outubro de 2009
VIOLETA BRANCA
poeta amazonense
Poema das tuas mãos
As tuas mãos nervosas, quentes, largas,
harpejam nos meus sentidos
a música ideal da emoção.
Para os teus dedos criadores,
sou o piano mágico vibrando
ao influxo de tua ardente inquietação.
Tuas mãos frementes,
arrancam angústias sonorizadas
de meus nervos,
que se retesam como cordas harmoniosas.
Tuas mãos imperiosas,
tuas mãos rebeldes,
cantam silenciosas aleluias de gestos,
quando compõem poemas de volúpia,
gritos incontidos de alegria pagã,
correndo ligeiras,
leves,
torturantes,
no teclado branco de meu corpo...
(Ritmos de inquieta alegria)
A Vela que passou
Singrando o mar,
uma vela
passou na noite triste...
Alguém, dentro dela,
ia cantando sob o luar
a mesma canção que cantei
quando partiste.
Quem cantava, não sei...
A vela passou na noite quieta...
Serias tu, marinheiro-poeta,
que ias cantando assim,
acordando a tristeza dentro de mim?
Pelo mar agitado a vela passou...
Tenho os olhos molhados
de quem chorou...
(Ibidem)
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
essa passagem pertencer ao Evangelho Segundo Maria Madalena:
"Queridas irmãs, é hora de elevar a vossa consciência novamente e ver que o vosso corpo é o Templo da vossa Alma e do vosso Espírito. É um corpo Feminino, um corpo de mulher, e é o Templo do Feminino Divino. Esta é uma energia poderosa e sagrada, uma chama da energia Solar Feminina que lhes permite experimentar a energia da Fonte como uma Grande Mãe. Mas também lhes permite experienciar o êxtase
de uma relação entre Chamas Gêmeas na qual se reúnem o Divino Feminino e o Divino Masculino ao serviço da Fonte e de seu Amor por Tudo O Que É!"
terça-feira, 13 de outubro de 2009
Voltar aos dezessete
Depois de viver um século
É como decifrar signos
Sem ser sábio competente
Voltar a ser de repente
Tão frágil como um segundo
Voltar a sentir profundo
Como um menino frente a Deus
É isso que sinto eu
Neste instante fecundo
Se vai enredando, enredando
Como no muro a hera
E vai brotando, brotando
Como o musguinho na pedra
(Como o musguinho na pedra, ai, sim, sim, sim...)
Meu passo retrocedido
Quando o de vocês avança
O arco das alianças
Penetrou em meu ninho
Com todo seu colorido
Passou por minhas veias
E até as duras cadeias
Com que nos ata o destino
É como um diamante fino
Que alumbra minha alma serena
O que pode o sentimento
Não se pode saber
Nem o mais claro proceder
Nem o mais largo pensamento
Tudo muda o momento
Qual mago condescendente
Alija-nos docemente
De rancores e violências
Só o amor com sua ciência
Nos torna tão inocentes
O amor é torvelinho
De pureza original
Até o feroz animal
Sussurra seu doce trino
Detém aos peregrinos
Libera os prisioneiros
O amor com seus esmeros
Ao velho torna-o menino
E ao mau só o carinho
O torna puro e sincero
De par em par na janela
Abriu-se como por encanto
Entrou o amor com seu manto
Como uma tíbia manhã
Ao som de sua bela Diana
Fez brotar o jasmim
Voando qual Serafim
Ao céu lhe pôs braceletes
E meus anos em dezessete
Converteu-os o querubim.
Se vai enredando, enredando
Como no muro a hera
E vai brotando, brotando
Como o musguinho na pedra
Como o musguinho na pedra
Ai, sim, sim, sim...
(Violeta Parra, em livre tradução)
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